Será inocentado? O Caso Goldman (2023), um filme em homenagem à justiça.

Paris, 19 de dezembro de 1969: um homem comete um assalto à mão armada e mata duas farmacêuticas. Pierre Goldman, militante de extrema esquerda, é acusado dos assaltos à mão armada e do assassinato das duas vítimas. Ele é condenado à prisão perpétua. Amiens, abril de 1976: convencido de sua inocência pelo assassinato das duas mulheres, Pierre Goldman é novamente julgado por esses fatos, desta vez em Assises

O Processo Goldman é um filme que reconstitui o julgamento de Pierre Goldman no Tribunal Penal de Amiens. Através do fio condutor – o acusado será inocentado do duplo homicídio voluntário de que é acusado? – é retratado o sistema judicial e penal francês.    

A ação se passa em um tribunal, mas o jogo dos atores é tão bem executado que o que poderia parecer tedioso não o é: o espectador é totalmente envolvido. Ele não olha mais para o relógio. A ação se passa em um tribunal, mas a atuação dos atores é tão boa que o que poderia parecer enfadonho não o é: o espectador é totalmente envolvido. Ele não está mais assistindo a um filme, está participando diretamente da audiência. Ele também faz parte do público que veio assistir ao que, no filme, é chamado de julgamento do século, testemunho anônimo da Justiça em ação. 

Cabe ao espectador escolher ou sentar-se: vai tomar o lado da acusação ou vai ficar do lado da defesa? A decisão é dele, O Caso Goldman (2023) não pretende ser o árbitro da justiça que foi feita. O filme, em toda a sua extensão, não toma partido de ninguém, porque O Caso Goldman (2023) não é apenas um simples filme sobre o sistema judicial francês. Não se trata de um simples julgamento e muito menos de uma história de gentis e malvados, de bons e maus. O Caso Goldman (2023) é outra coisa. É a própria ideia de Justiça, essa busca pela verdade. 

No filme, a justiça e a verdade – nos sentidos mais puros dos termos –, noções indissociáveis, são destacadas e questionadas. Como em uma audiência, cada parte defende, questiona e busca compreender, saber. Todos buscam a luz. Como em uma audiência, a tensão é palpável, as emoções nos tomam até o último momento, sentimentos exacerbados pela presença singular de Pierre Goldman, o acusado, militante e homem “derrotado” pelo heroísmo de seu pai e pelos traumas da guerra. 

Este filme, pela sua precisão, destaca os procedimentos relacionados com o sistema judicial e levanta a questão da Justiça e da Verdade. Tal como num tribunal real, são os factos que são julgados. É nisso que reside a grandeza deste filme – e do julgamento que o inspirou. Tal como num tribunal real, são os factos que são julgados. 

Vontade de assistir esse filme? Será projetado no cineclube de agosto!

Data: 09/08/2025

Horário: 16:00

Local: Cinemateca de Curitiba

Gratuito e aberto a todo o público.