O Café Philo é um espaço para conversas e trocas sobre temas ligados à atualidade, sempre por um viés questionador e filosófico, conduzido por convidados muito especiais. O evento é organizado em parceria entre a AF Curitiba e o Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUCPR, com curadoria de Cesar Candiotto e Federico Ferraguto.
Em junho, nosso encontro está marcado para o dia 27/06, quinta-feira, às 19h30, no Café Babette.
O tema anual do Café Philo 2024 é: Utopia e distopia: visões filosóficas do futuro
A XVI edição do Café-Philo irá abordar os conceitos de utopia e distopia, explorando suas origens filosóficas e suas implicações para nosso presente e futuro. Utopia, um termo cunhado por Thomas More, representa uma sociedade ideal, um estado perfeito desprovido das falhas e dos desafios que assolam nosso mundo atual. Em contraste, a distopia apresenta uma visão sombria e opressiva do futuro, em que os valores e as liberdades humanas estão comprometidos ou totalmente ausentes.
A discussão a respeito traça a evolução histórica desses conceitos, desde as reflexões filosóficas de Platão em sua “República” até representações mais recentes e se desdobra questionando se essas visões são meros devaneios ou narrativas poderosas e preventivas que refletem verdades profundas sobre a natureza humana e a sociedade. Passando pelas reflexões platônicas e chegando às mais recentes e incisivas representações da discussão filosófica, desde o conceito de eterno retorno em Nietzsche, até as mais recentes discussões sobre aperfeiçoamento humano, inteligência artificial e a relação entre filosofia, raça e gênero, a XVI edição do Café-Philo, tem como objetivo enfocar as questões existenciais, políticas, éticas e morais levantadas por esses conceitos. O que a busca por uma sociedade utópica revela sobre os desejos e as necessidades humanas? Como as narrativas distópicas refletem nossos medos e ansiedades sobre tecnologia, governança e estruturas sociais? O objetivo é, portanto, desafiar os participantes a considerar como essas visões extremas da sociedade moldam nossa compreensão de justiça, liberdade e felicidade.
A discussão também incluirá perspectivas contemporâneas, examinando como os desafios globais atuais, como as mudanças climáticas, os avanços tecnológicos e a agitação política, ressoam com temas utópicos e distópicos. Dessa forma, o Café-Philo não apenas proporcionará um espaço para o intercâmbio intelectual, mas também incentivará os participantes a refletir sobre as implicações práticas dessas ideias visionárias na formação de um futuro desejável para a humanidade.
O encontro de JUNHO, no dia 27/06, às 19h30 tem o tema: FIM DE MUNDO: QUAL FIM, QUAL MUNDO, QUEM MORRERÁ PRIMEIRO?. Os convidados da noite são os Prof. Jelson Roberto de Oliveira (PUCPR) e o Prof. Thiago Vinicius Vasconcelos (PUCPR/FAVI).
Saiba mais sobre o encontro de junho:
No terceiro encontro do Café-Philo 2024, o Prof. Jelson Oliveira (PUCPR) e o Prof. Thiago Vasconcelos (PUCPR/FAVI) analisarão a relação complementar entre o conceito de justiça climática e o de responsabilidade, levando em conta tanto a obra do filósofo alemão Hans Jonas, autor de uma das obras mais importantes do pensamento ético contemporâneo (“O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica”, de 1979) quanto outros autores/as que tematizam como o debate ambiental deve levar em conta as desigualdades sociais que subjazem à emergência climática contemporânea. Trata-se, assim, de politizar o debate, ampliando a participação das comunidades e pessoas historicamente marginalizadas e vulneráveis (como mulheres, indígenas, negros, crianças, jovens e idosos) que têm sido vítimas do que se chama de “triplas injustiças”: menos responsáveis, sofrem efeitos mais graves e, depois, sem meios de enfrentamento, veem sua situação de empobrecimento agravada pelos danos subsequentes. Para essas pessoas, bem como para muitas espécies extintas ou em processo de extinção, o fim do mundo chega primeiro e até mesmo já chegou. Com a reflexão em torno da justiça climática aprendemos que estamos todos e todas sob a mesma tempestade, mas não no mesmo barco. Trata-se, enfim, de denunciar que as políticas econômicas que geram as injustiças sociais, geram também as mudanças climáticas e de perguntar se o atual modelo econômico (capitalismo) e político (a democracia) podem nos salvar da catástrofe ambiental. Recorrendo ao conceito jonasiano de “heurística do temor” e de “futurologia comparativa”, podemos afirmar que a imaginação do fim do mundo deve nos incentivar a lutar contra ele, dado que o perigo que nos separa é também o perigo que nos une. Não mais apenas afirmar que #AllLivesMatters mas, sobretudo, que #AllLifeMatters.
Quando: 27/06, quinta-feira, às 19h30
Onde: Café Babette – Al. Prudente de Moraes, 1101 – Centro